Israel é um país pequeno, com uma área de apenas 22.072 km², sendo apenas um pouco maior que o estado de Sergipe, que possui 21.910 km².
Apesar de seu tamanho reduzido, essa nação atrai a atenção do mundo inteiro, divide opiniões, inspira admiração e repúdio, amor e ódio, e ocupa grande espaço na agenda de instituições internacionais — como a ONU, a UNESCO, o Fundo Monetário Internacional e o Tribunal Penal Internacional —, acumulando inimigos como nenhum outro país do mundo.
Nesse estudo, apresentarei os possíveis motivos pelos quais Israel chama tanto a atenção do mundo, mesmo sendo um país tão pequeno.
Uma terra sagrada para muitos
Israel é considerado um lugar sagrado, palco de acontecimentos que marcaram a história da humanidade e local onde ainda serão descortinados os últimos eventos há muito preditos.
O fato de cerca de 56% da população mundial manter uma relação profunda com Israel, isso se considerarmos apenas o número combinado de adeptos das três religiões abraâmicas, ajuda a explicar o fenômeno.
Para os judeus (judaísmo), Israel é a terra prometida por Deus a Abraão e seus descendentes, e Jerusalém é o centro espiritual onde ficava o Templo, um lugar reservado para adoração.
Para os cristãos (cristianismo), é o lugar onde o Senhor Jesus nasceu, viveu, morreu e ressuscitou, tornando-se símbolo da fé e esperança na salvação.
Para os muçulmanos (islamismo), embora o islamismo tenha nascido na Arábia, Jerusalém é considerada a terceira cidade mais sagrada, pois abriga a Mesquita de Al-Aqsa, de onde, segundo o Alcorão, o profeta Maomé teria alegadamente ascendido aos céus.
Assim, embora cada religião tenha suas próprias crenças e interpretações, todas compartilham uma ligação histórica e espiritual com Israel, tornando essa região um ponto de atenção para bilhões de pessoas ao redor do mundo.
Fronteiras demarcadas por Deus
Israel é o único país do mundo cujo território foi estabelecido pelo próprio Deus, conforme registro em Números 34:1–12, que descreve os limites originais da terra de Canaã.
Esse fato cria um ponto de tensão no mundo espiritual, no qual os adversários de Deus, aproveitando-se de brechas abertas por pecados cometidos pelo povo eleito, têm inspirado ao longo da história nações e líderes a se levantarem contra o povo da aliança, tentando usurpar ou destruir a terra que Deus separou para Si.
Entretanto, a Escritura mostra que, em determinadas épocas, o próprio Deus permitiu que povos estrangeiros oprimissem Israel — não para aniquilá-lo, mas para discipliná-lo e levá-lo ao arrependimento, reafirmando que a terra e a história pertencem ao Senhor.
Por essa razão, nenhum outro país enfrentou tantas guerras nem acumulou tantos inimigos quanto Israel.
Desde sua formação, Israel enfrentou inimigos por todos os lados, e quase sempre por causa de sua aliança com Deus ou de sua posição estratégica e espiritual no mundo.
Esse fato nos mostra que o mundo espiritual é o verdadeiro motivo por trás das batalhas travadas no mundo visível, e isso desde o começo da história do povo judeu.
As guerras não são desejadas, mas elas cumpriram o propósito de provar a veracidade das profecias bíblicas, pois Deus, no decorrer dos tempos, tem garantido a sobrevivência do povo judeu até agora.
Se os judeus perecessem e Jerusalém fosse para sempre destruída, todo o registro bíblico se tornaria inválido imediatamente, pois isso teria inviabilizado a primeira vinda do Messias, a fim de morrer na cruz, e também inviabilizaria a segunda, a fim de fazer juízo.
Portanto, destruir Israel, mais especificamente a cidade de Jerusalém, e assim impedir o cumprimento da profecia, é algo que o adversário de nossas almas e seus apoiadores levam muito a sério.
Esforços para impedir o cumprimento de antigas profecias já foram realizados no passado. Exemplo disso ocorreu quando o sultão Solimão, líder do antigo Império Otomano, mandou fechar o Portão Oriental da muralha de Jerusalém em 1541, temendo o cumprimento da profecia que previa a entrada triunfal do Messias por aquela porta (ver estudo completo), conforme o relato de Ezequiel 43:1-7.
Portanto, aquele que crê nas Escrituras Sagradas reconhece em cada vitória de Israel um motivo de júbilo e confirmação da fidelidade divina. O cumprimento contínuo das profecias testifica que a palavra do Senhor se cumpre exatamente como foi dita, conforme declara Deuteronômio 18:22.
A linhagem da promessa
Outro fator essencial para compreender o fenômeno envolvendo Israel é que Deus estabeleceu a linhagem daquela nação exclusivamente por meio de Abraão e Sara, através de Isaque, o filho da promessa e legítimo herdeiro do pacto divino (Gênesis 17:21).
Entretanto, antes do nascimento de Isaque, Abrão — ainda com o nome anterior — teve um filho chamado Ismael, gerado com a serva egípcia Agar, por sugestão da própria Sara (Gênesis 16:1–4). Tal decisão humana, motivada pela idade avançada do casal (Gênesis 18:11–12) e pela esterilidade de Sara (Gênesis 11:30), resultou em sérias consequências.
O filho fora da promessa trouxe ruptura familiar (Gênesis 16:6), originando uma rivalidade entre os descendentes que atravessou gerações e cujos efeitos ainda se fazem sentir nos dias atuais — realidade que ajuda a explicar parte da hostilidade dirigida à nação de Israel.
Em última análise, tanto os judeus quanto grande parte dos povos árabes remontam sua origem ao mesmo patriarca: Abraão.
A prosperidade que incomoda
A inveja pela prosperidade de Israel é um dos motivos recorrentes das perseguições contra os judeus ao longo da história.
Diversos historiadores reconhecem que parte do antissemitismo europeu, entre os séculos XII e XX, teve origem no ressentimento popular diante do êxito econômico e intelectual dos judeus, que prosperavam mesmo sob opressão — culminando na perseguição mais conhecida, a que se originou na Alemanha de Hitler.
Por razões que muitas vezes escapam à própria consciência, certas pessoas experimentam desconforto diante da prosperidade alheia, mesmo quando esta é fruto de esforço legítimo e honesto.
Assim, influenciadas por forças espirituais, pessoas e nações acabam se voltando contra quem é abençoado.
Esse mesmo fenômeno se aplica a Israel, especialmente entre povos vizinhos, muitos deles descendentes do mesmo patriarca — um conflito, portanto, também familiar.
Os sinais da bênção sobre Israel são incontestáveis: cerca de 15% dos bilionários do mundo são judeus, proporção altíssima, considerando a pequena população do país. Israel é líder mundial em inovação e tecnologia, com o setor respondendo por 19% do PIB e mais de 50% das exportações.
Mesmo com terras áridas, alcançou produção agrícola moderna e expressiva, próxima de US$ 11 bilhões em 2024.
Com educação de ponta e saúde de excelência, alto IDH e até vacas leiteiras recordistas, Israel literalmente se tornou uma terra que “mana leite e mel” (Jeremias 11:5).
Tudo isso cumpre as promessas de Deus (Deuteronômio 30:3-5; Amós 9:13-15).
Conforme o coração de cada um, a prosperidade de Israel pode despertar inveja e oposição, ou admiração e amor, neste último caso, especialmente entre as pessoas que foram enxertadas (Romanos 11:17-24) na mesma linhagem espiritual daquele povo, em Cristo, onde já não há separação (Romanos 10:12; Colossenses 3:11; Gálatas 3:28).
As promessas de Deus
Em relação às promessas, as Escrituras Sagradas estão repletas de textos direcionados especificamente a Israel.
Por exemplo, foi somente a Israel que Deus prometeu coisas grandiosas, como se tornar o centro do governo e adoração mundial, na ocasião da segunda vinda do Senhor Jesus Cristo, para cumprir as antigas profecias (Zacarias 14:1-21, Isaías 2:2-4 e Jeremias 3:17).
Como sabemos, em sua primeira vinda, o Messias teria que ser rejeitado pelo povo de Israel, conforme registros dos servos de Deus (Isaías 53, Salmos 22:12-18, Zacarias 11:13).
Deus também prometeu que o povo judeu será ainda mais próspero do que já é atualmente, conforme o texto de Zacarias 14:1,14.
Mas a promessa mais importante dirigida à nação eleita é, sem dúvida, a que trata da salvação de todo o Israel (Romanos 11:26), pois de Sião virá o Libertador, e desviará de Jacó as impiedades.
Todas essas promessas podem despertar um sentimento de inveja e até indignação nas pessoas das demais nações, as quais, procuram sempre acusar e oprimir os judeus, independentemente de estarem errados ou não.
Como exemplo, o Conselho de Direitos Humanos (CDH) e a Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) emitem mais resoluções contra Israel do que contra qualquer outro país do mundo, condenando-o até mesmo quando está apenas se defendendo de agressões externas.
Uma promessa de Deus para um indivíduo ou mesmo uma nação pode gerar sentimento de inveja e ódio nas pessoas e o caso de José, filho de Jacó, é um claro exemplo disso.
Segundo o relato de Gênesis 37:5-11, os irmãos de José nutriram um sentimento de inveja e ódio contra o irmão, pelo fato de este ter recebido uma promessa de Deus, no sentido de que ele reinaria até mesmo sobre os seus parentes.
Conforme as Escrituras, os irmãos de José tomaram providências radicais, a fim de que a promessa não se cumprisse na vida do irmão. No entanto, as medidas que tomaram resultaram em uma série de eventos que culminaram no cumprimento da promessa (Gênesis 41:40-44).
Com Israel, a situação é exatamente a mesma. Mesmo que as pessoas não conheçam a verdadeira razão do ódio e inveja que elas nutrem por Israel, a qual é espiritual, essa perseguição não frustrará as promessas de Deus em relação àquela nação!
O ódio contra Israel aumentará
À medida que o tempo para o cumprimento das promessas finais se aproxima, como o estabelecimento do governo messiânico sobre o mundo, a partir de Israel, aumentará também o ódio contra aquele país, em razão da já referida influência espiritual, que vê na destruição de Jerusalém sua única chance para impedir a sua própria destruição.
Por essa razão, as pessoas que estiverem sob essa influência espiritual perversa odiarão cada vez mais o povo escolhido, um sentimento coletivo que resultará no cerco de Israel e, em última instância, da própria cidade de Jerusalém (Zacarias 14:1-3)
A fim de cumprir as últimas promessas, Deus permitirá que o crescente sentimento de ódio em relação a Israel se converta em ações ofensivas reais contra aquele país.
Porém, segundo a Palavra de Deus anunciada pelo profeta, o próprio Senhor virá ao socorro de Jerusalém e punirá as nações que se deixaram seduzir pelo inimigo espiritual, que via na destruição de Jerusalém a sua única chance de sobrevivência.
Atualmente já temos observado o mundo caminhando para esse desfecho inevitável: Israel desperta opiniões intensas e polarizadas no mundo inteiro, desde um simples comentário em uma rede social ao discurso inflamado de políticos e líderes nacionais, como Adolf Hitler, líder do Partido Nacional-Socialista dos Trabalhadores Alemães.
A política e seus interesses
Normalmente os elementos da esquerda e simpatizantes do comunismo costumam se posicionar contra Israel, algo que forçará o anticristo a adotar um posicionamento mais de direita, a fim de convencer e enganar os judeus.
E por falar em anticristo, o profeta Daniel o comparou à figura de um chifre pequeno (Daniel 7:8). Isso indica que, inicialmente, ele não ocupará um cargo de grande expressão, como o de um presidente de uma nação, que é naturalmente representado na visão do profeta como um chifre de tamanho normal.
O texto também revela expressamente que o anticristo se elevará apenas durante a fase do governo dos dez reis, algo que acontecerá quando o mundo se organizar politicamente em apenas dez blocos de poder, algo que efetivamente ainda não se concretizou.
Para mais informações sobre esse assunto, acesse o estudo “Da Babilônia ao Milênio”, disponível aqui no Evangelismo.
Estratégias de engano
A partir de agora, o inimigo usará estratégias cada vez eficientes para conduzir pessoas ao engano.
Uma das mais recentes, que inclusive está apanhando muitos cristãos desinformados, justifica a oposição ao povo judeu, sob a alegação de que “o Israel de hoje não é o mesmo Israel da Bíblia”, levando em conta a atual corrupção moral que recai sobre parcela da população da terra eleita.
Quando observamos o passado do Israel bíblico, o qual está manchado por histórias de corrupção, idolatria e até rituais de sacrifício oferecidos a entidades pagãs, logo se percebe que a afirmação sobre o atual Israel não deve ser levada a sério.
A verdade é que o Israel de hoje não é muito pior do Israel de antigamente, que chegou a sacrificar seus filhos para o falso deus Moloque (2 Reis 23:10), mesmo depois de terem sido proibidos de realizarem tais práticas abomináveis (Levítico 20:2).
Mesmo assim, enganos como esse arrebanharão ainda mais pessoas para a luta contra Israel (Zacarias 14:1-3), mas os verdadeiros filhos de Deus manterão vivas as suas boas intenções em relação ao povo judeu, do qual procede o Senhor Jesus Cristo, nosso Salvador.
Conclusão
Como vimos, a verdadeira razão para Israel atrair a atenção de muitos só pode ser explicada considerando a influência exercida pelo mundo espiritual.
Nesse sentido, a manifestação de amor ou ódio dependerá do tipo de influência que governa a vida de cada pessoa.
De forma mais precisa, se alguém é influenciado por forças benignas, essa pessoa será benéfica ao povo judeu; se a influência é maligna, o sentimento resultante será de ódio e inveja.
Essas reações não ficarão sem resposta de Deus. Segundo Gênesis 12:1-3, aqueles que abençoarem Israel serão igualmente abençoados, enquanto os que amaldiçoarem os judeus receberão maldição como recompensa.
Louve a Deus pela fidelidade do Senhor para com Israel, pois ela é a mesma que Ele tem para com a Sua Igreja.
Glória a Deus!
E quanto a você, qual é a sua posição em relação a Israel?
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