Muito se fala sobre o perdão de Deus sobre nossas vidas e a necessidade de perdoarmos uns aos outros, porém um outro perdão que não pode ser esquecido é o perdão próprio.
Perdoar a si próprio também faz parte do processo de cura e restauração e não pode ser negligenciado. O perdão completo, isto é, o perdão de Deus, o de terceiros e o perdão próprio, traz alívio sobre a alma do homem que errou, de modo a tirar dele o peso das culpas do passado, liberando-o para seguir em frente no caminho da fé.
Em vez de nos prendermos aos remorsos do passado e nos isolarmos em nossas culpas, devemos buscar a Deus com arrependimento e nos humilhar diante Dele e de quem nós prejudicamos, pois apenas ficar lamentando pode trazer consequências sérias como a ansiedade, a depressão, a automutilação e até o suicídio.
A vergonha e o sentimento de culpa podem ser barreiras que impedem o homem de se aproximar de Deus, tendo sido este o caso de Adão e Eva, logo depois de terem desobedecido ao Senhor Deus:
“E viu a mulher que aquela árvore era boa para se comer, e agradável aos olhos, e árvore desejável para dar entendimento; tomou do seu fruto, e comeu, e deu também a seu marido, e ele comeu com ela. Então foram abertos os olhos de ambos, e conheceram que estavam nus; e coseram folhas de figueira, e fizeram para si aventais. E ouviram a voz do Senhor Deus, que passeava no jardim pela viração do dia; e esconderam-se Adão e sua mulher da presença do Senhor Deus, entre as árvores do jardim.” Gênesis 3:6-8
Encontramos outro exemplo em Pedro, que, sentindo-se indigno de estar perto do Mestre, pediu para que Ele se afastasse, ao que o Senhor Jesus respondeu:
“(…) Não temas; de agora em diante serás pescador de homens.” Lucas 5:10
Por mais que Adão, Eva e Pedro tenham sentido vergonha e desejado manter distância de Deus, observamos que o próprio Deus se aproximou deles, assim como continua se aproximando dos pecadores atualmente, os quais podem permanecer na luz e serem tratados e curados pelo Senhor ou apenas continuar fugindo, por causa de suas más obras e falta de arrependimento (João 3:19-21).
Embora não mereçamos a graça de Deus, devemos nos aproximar do Todo-Poderoso, sem nos privar da graça Dele (Hebreus 12:15), mesmo com a vergonha da “nudez espiritual” (Apocalipse 3:17), pois Deus quer que as pessoas comprem roupas novas a um preço bastante acessível: o nosso arrependimento (Apocalipse 3:19). O preço só ficou assim tão acessível porque o pagamento mais caro já foi realizado pelo Senhor Jesus e Ele disse: está consumado.
Portanto quem já se arrependeu de seus pecados e obteve o perdão de Deus deve também perdoar a si mesmo, a fim de que possa seguir em frente, a fim de viver a nova oportunidade que Deus lhe deu:
“Assim que, se alguém está em Cristo, nova criatura é; as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo. E tudo isto provém de Deus, que nos reconciliou consigo mesmo por Jesus Cristo, e nos deu o ministério da reconciliação;” 2 Coríntios 5:17-18
“Eu, eu mesmo, sou o que apago as tuas transgressões por amor de mim, e dos teus pecados não me lembro.” Isaías 43:25