Jesus, o maior advogado.

“E os escribas e fariseus trouxeram-lhe uma mulher apanhada em adultério; E, pondo-a no meio, disseram-lhe: Mestre, esta mulher foi apanhada, no próprio ato, adulterando. E na lei nos mandou Moisés que as tais sejam apedrejadas. Tu, pois, que dizes?”  João 8:3-5

Tentado pelos escribas e fariseus, que queriam achar ocasião para acusá-lo, Jesus deu a melhor resposta possível para aquela situação:

“E, como insistissem, perguntando-lhe, endireitou-se, e disse-lhes: Aquele que de entre vós está sem pecado seja o primeiro que atire pedra contra ela. E, tornando a inclinar-se, escrevia na terra.” João 8:7-8

A resposta de Jesus é brilhante, pois ao mesmo tempo em que não desfaz o comando da lei, Ele mostra a que veio, atuando como Advogado numa causa que parecia absolutamente perdida. Sem dúvida alguma, Ele é o nosso Advogado, conforme registrado em 1 João 2:1.

A lei exerce mesmo a função de expor o pecado (Romanos 7:7) e condenar as pessoas que os cometem (João 7:51), sendo portanto incapaz de salvar (Romanos 3:20). Porém ela exerce também a importante função de “aio” (tutor, condutor), que nos guia direto para o Senhor Jesus (Gálatas 3:24). Nisso, aqueles homens estavam tropeçando, pois não conseguiam entender que a lei apontava para aquele homem, o Unigênito de Deus, a quem eles perseguiam.

Sem jamais cometer pecado (1 Pedro 2:22), Jesus cumpriu a lei integralmente e ofereceu a vida dele derramando o próprio sangue no madeiro, trazendo sobre nós a redenção (Isaías 53). Segundo as Escrituras, sem derramamento de sangue não há remissão dos pecados (Hebreus 9:22). A lei de Deus, que condena o pecador, não pode ser anulada (Romanos 3:31), porém quem tem o Filho, tem a vida eterna (1 João 5:12).

“Quando ouviram isto, redarguidos da consciência, saíram um a um, a começar pelos mais velhos até aos últimos; ficou só Jesus e a mulher que estava no meio.” João 8: 9

Sem reação, os acusadores da mulher, ao observarem Jesus escrevendo na terra, iam saindo um a um, a começar pelos mais velhos. Muito se especula sobre o que Jesus estaria escrevendo na terra, mas considerando que os homens saíam um de cada vez, e que Jesus cumpria profecias em tudo o que fazia, foi provavelmente nessa ocasião que o Senhor Deus cumpriu a seguinte profecia:

“Ó Senhor, esperança de Israel, todos aqueles que te deixam serão envergonhados; os que se apartam de mim serão escritos sobre a terra; porque abandonam o Senhor, a fonte das águas vivas.” Jeremias 17:13

Pesa ainda a favor desta interpretação o fato de que bem no dia anterior ao do evento da mulher pega no adultério, a saber, o último dia da festa dos Tabernáculos, o Senhor Jesus Cristo havia feito um convite inédito e surpreendente:

“E no último dia, o grande dia da festa, Jesus pôs-se em pé, e clamou, dizendo: Se alguém tem sede, venha a mim, e beba. Quem crê em mim, como diz a Escritura, rios de água viva correrão do seu ventre. E isto disse ele do Espírito que haviam de receber os que nele cressem; porque o Espírito Santo ainda não fora dado, por ainda Jesus não ter sido glorificado.” João 7:37-39

Os escribas e fariseus também participavam da festa e ouviram o convite de Jesus, mas o desprezaram totalmente. No dia seguinte, esses mesmos homens, depois de verem os nomes deles serem escritos sobre a terra, foram saindo um de cada vez, muito provavelmente espantados e lembrando do que fora dito pelo profeta Jeremias em 17:13, já que eles conheciam muito bem a lei.

O fato de Jesus ter oferecido água durante aquela festa não foi por acaso ou sem significado para aquele povo.

Durante a festa, havia uma celebração na qual o sacerdote, acompanhado de uma comitiva que incluía até instrumentistas, saía do Templo e se dirigia ao tanque de Siloé (o Enviado) para coletar um pouco dessa “água viva” num jarro de ouro e então derramá-la sobre o altar no Templo, purificando-o. Era também ocasião de agradecer e pedir por mais chuvas, pois aquela festa era conhecida também como a Festa da Colheita. Vale mencionar que as águas provenientes dos rios, córregos, fontes e outras de origem natural eram consideradas águas vivas pelo povo de Israel. Foi nesse cenário de festa e celebração que Jesus fez o convite para que todos tivessem acesso à verdadeira fonte das águas vivas, ao que muitos da multidão responderam: “Verdadeiramente este é o Profeta” (João 7:40).

“E, endireitando-se Jesus, e não vendo ninguém mais do que a mulher, disse-lhe: Mulher, onde estão aqueles teus acusadores? Ninguém te condenou?  E ela disse: Ninguém, Senhor. E disse-lhe Jesus: Nem eu também te condeno; vai-te, e não peques mais.” João 8:10,11

O diálogo termina com o comando de Jesus para que aquele ato pecaminoso não se repita novamente. Apartar-se do mal é tudo o que Ele cobra de alguém que deseja segui-lo. Na verdade, esse preço é pequeno demais quando comparado com a promessa de salvação e vida eterna propostas por Deus.

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